Equipes com altos índices de estresse produzem menos: confira dicas para criar um bom ambiente de trabalho para seus funcionários
O aumento dos casos de estresse e síndrome de burnout entre os trabalhadores brasileiros têm prejudicado a produtividade das empresas. A associação internacional para gerenciamento do estresse, que no Brasil atua sob a sigla Isma-BR, divulgou na revista Exame uma pesquisa demonstrando que quem sofre desses males trabalha em média cinco horas a menos. A população economicamente ativa brasileira ocupa o segundo lugar quando se trata da incidência da síndrome, com 30% dos profissionais afetados. O país fica atrás apenas do Japão.
Ainda segundo a pesquisa, em um ano o estresse alto aumentou em todos os níveis hierárquicos, sendo que no nível gerencial passou de 44% para 50%. Isso significa que metade dos gerentes sofrem com o burnout. Além disso, 72% dos pesquisados apresentavam algum tipo de sequela de estresse. Esse quadro acarreta custos da ordem de US$ 80 bilhões por ano às empresas brasileiras.
Para reduzir esses problemas, é fundamental construir um bom ambiente de trabalho, visando obter melhores resultados. Com esse objetivo, serão apresentadas a seguir três dicas para promover o bem estar dos funcionários das empresas.
As relações de trabalho hoje vão muito além das atividades previstas na descrição do cargo e não se limitam à obediência a uma hierarquia rígida. A convivência entre várias gerações no mundo corporativo está modificando a cultura das empresas. Atualmente, os colaboradores buscam organizações em que eles sintam ter senso de pertencimento e alinhamento aos valores organizacionais.
Uma questão fundamental para construir este tipo de ambiente é a clareza na comunicação com as equipes. As lideranças devem compartilhar, de forma transparente, os objetivos estratégicos da organização, bem como as competências e entregas esperadas de cada colaborador. Isso envolve transmitir as informações importantes de forma clara e objetiva, mas também ouvir as opiniões, ideias e experiências dos colaboradores.
A consultoria Great Place to Work verificou em pesquisas recentes que salários e benefícios não são mais suficientes para reter talentos nas empresas. Segundo as sondagens realizadas, os colaboradores apontam fatores positivos como oportunidades de crescimento (44%) e qualidade de vida (24%) à frente da remuneração, apontada por 14% dos entrevistados. Esses dados mostram que é preciso considerar a vivência dos colaboradores de forma ampla, investindo nas experiências positivas.
Além disso, é importante considerar recompensas não-financeiras como forma de estímulo à produtividade. De acordo com um estudo da consultoria McKinsey, três benefícios foram considerados mais importantes que a remuneração para manter a motivação: receber elogios dos líderes imediatos (67%), ter a atenção dos gestores (63%) e conseguir oportunidades para liderar projetos (62%).
Outra dica importante para a construção de um bom ambiente de trabalho é desenvolver a habilidade de escuta ativa. Trata-se da capacidade de dedicar atenção focada ao que está sendo dito, com real interesse e compreensão à fala do outro. Para isso, é preciso tomar algumas ações, como separar um tempo e um local para conversar sem distrações e fazer perguntas abertas, ou seja, aquelas que possibilitam ao outro expressar seus pontos de vista de forma livre.
Quando estiver ouvindo, preste atenção e aguarde seu momento de falar. São orientações que parecem simples, mas nem sempre são colocadas em prática. Além de saber escutar, é importante dar feedbacks de forma estruturada, avaliando as características positivas e os pontos de melhoria de cada profissional da equipe. Esses retornos devem ser constantes, para que todos tenham clareza sobre o que se espera de sua atuação.
Equipes com alto índice de estresse apresentam queda na produtividade, o que causa perdas financeiras para as empresas. Por isso, é fundamental construir um bom ambiente de trabalho, com foco no bem estar dos colaboradores. Para isso, invista em uma comunicação clara, em recompensas não-financeiras e na escuta ativa com feedbacks constantes. A consequência será a melhoria dos resultados obtidos no dia a dia do trabalho.
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