Esqueça seu carro, sua moto, sua bicicleta e aquele ônibus lotado às 18h. Esqueça também rodízio de placas, trânsito, acidentes e todas aquelas horas estressantes do dia a dia para ir e voltar do trabalho. Agora imagine poder se locomover na velocidade do som, em trens confortáveis, viagens rápidas e por preços acessíveis. Imaginou? Pois bem, conheça o Hyperloop, uma proposta para o futuro próximo!
O Hyperloop surgiu como uma ideia do Elon Musk – o criador do Tesla, aquela fabricante de carros elétricos (que até enviou um modelo para o espaço). Ela existe há alguns anos e vem sendo estudada e desenvolvida para revolucionar os meios de transporte, a mobilidade urbana e as viagens de trem.
Musk anunciou sua ideia em julho de 2012 e foi descreditado por muitos. Afinal, é uma ideia sem precedentes e bastante ousada. Um ano depois, ele divulgou um estudo com dados, possibilidades físicas e de engenharia para a viabilidade de sua construção e deixou o projeto aberto para qualquer um que quisesse e tivesse condições pegar sua ideia (e colocá-la em prática).
O Hyperloop é como um trem. São cápsulas que irão se deslocar por um tubo à vácuo através da força de um motor elétrico carregado por painéis solares. Parece loucura e ficção, não é? Na prática, ele se parece com aqueles canos de entrega de cartas e encomendas nos edifícios antigos, que usam o ar comprimido para enviar coisas.
Nele, o passageiro entra na cápsula, que viaja através desse tubo. Por ser a vácuo, ela não encontra nenhum obstáculo – nem mesmo o ar – e por isso atinge velocidades tão altas. A cápsula flutua sobre os trilhos através de uma levitação magnética.
Elon Musk apontou alguns pontos para explicar por que o Hyperloop é vantajoso: praticidade e rapidez de construção, espaço necessário, segurança, sustentabilidade e velocidade.
De acordo com ele, seria algo prático e rápido de construir, já que os tubos das linhas poderiam ser construídos em qualquer lugar do mundo e montados em ordem.
Já em relação ao espaço necessário para acomodar sua estrutura, ele afirmou que o Hyperloop fica suspenso no ar e poderia ser colocado sobre faixas de estradas, por exemplo. Assim, não haveria a necessidade de comprar terras e nem fazer escavações custosas e demoradas.
A respeito da segurança, seu sistema seria completamente computadorizado e, pela falta de obstáculos na pista, o número de acidentes dentro do túnel é praticamente zero.
Um dos pontos mais relevantes nessa lista é a sustentabilidade. Pelos cálculos realizados por Musk, as cápsulas só precisariam ser aceleradas no começo do percurso – através de um motor elétrico. Além disso, elas só seriam recarregadas a cada 100 km, fazendo-as consumir muito menos e com energia verde.
Além desses pontos, seu principal objetivo é diminuir o tempo de viagens – principalmente de curta distância. Por exemplo, uma viagem de Nova Iorque à Washington demora aproximadamente 4 horas de carro, 3 horas de trem expresso e 1 hora de avião (nesse caso só contando o tempo de voo e não todos os procedimentos de embarque e desembarque).
Por sua vez, no Hyperloop, esse trajeto de cerca de 350 km demoraria menos de 30 minutos.
O também dono da SpaceX disse que não pretendia explorar o Hyperloop, nem patentear sua ideia por querer focar em seus outros projetos. Com isso, duas empresas despontaram como desenvolvedoras: a Hyperloop Transportation Technologies (HTT) e a Virgin Hyperloop One.
A HTT é financiada por crowdfundind, mas o interessante é que seus investidores não doam dinheiro para o projeto e, sim, conhecimento. Engenheiros, físicos e cientistas do mundo todo colaboram para aprimorar a tecnologia do Hyperloop, que conta com mais de 800 colaboradores, entre especialistas da Nasa e universidades.
Entre alguns contratos de testes e possíveis rotas experimentais, a HTT tem um contrato para a criação de uma fábrica em Toulouse, na França – conhecida como a capital europeia da engenharia espacial e aeronáutica.
A HTT anunciou que ainda em 2018 abrirá a sede do seu primeiro Centro Global de Inovação em Logística de Hyperloop, em Contagem, Minas Gerais. Por isso, o Brasil é uma das rotas possíveis para testes.
Já a Virgin Hyperloop One pertence a um grande grupo de investidores e tem a frente grandes nomes, como Shervin Pishevar – um dos primeiros investidores do Uber e Airbnb e amigo pessoal de Musk – e Kevin Brogar –que ficou famosos pelo design do Falcon 1 e da cápsula Dragon. Ao lado deles está Rob Lloyd, ex presidente da Cisco, o milionário dono do conglomerado Virgin, Richard Benson e o Sultão Ahmed Bin Sulayn, o grande responsável pela modernização de Dubai nos últimos anos.
A VHO está instalada em um complexo industrial em Las Vegas, nos Estados Unidos, e já apresenta resultados positivos para seus testes iniciais, apesar de terem mudado em vários aspectos a ideia inicial de Musk. Eles estimam que o transporte estará aberto ao público em 2021, mas ainda não é certo o local para sua rota inicial.
Quando pensamos nesse tipo de transporte e em carros voadores, imaginamos aquele futuro em que tudo é prateado e temos robôs cuidando de nossas vidas. Mas esse futuro pode estar mais próximo do que imaginamos.
Com o desenvolvimento desenfreado das cidades e das populações, nós precisamos repensar urgentemente a mobilidade urbana e tomar atitudes em relação a isso.
Como aliado, temos a tecnologia que se desenvolve cada dia mais para nos auxiliar e resolver algumas dessas questões.
Pode ser que o Hyperloop não esteja pronto para o público em 2021, mas estamos no caminho certo para mudar o transporte como conhecemos hoje.
Mas uma coisa é certa: os resultados de seu desenvolvimento com certeza encontrarão aplicações para a mobilidade urbana, sustentabilidade e transporte no futuro próximo.
Gosta de tecnologia e mobilidade urbana? Acompanhe nosso blog! A BusUp também faz parte dessa mudança em nossas cidades!