Setor é crucial para a cultura e gestão de alta performance
O foco de Recursos Humanos sobre a gestão de alta performance aumentou nos últimos anos. Em especial pós-Covid 19, pois as organizações viram o potencial do trabalho em equipe. É o que mostra o levantamento Tendências Globais de Capital Humano 2021, promovido pela Deloitte: a habilidade dos colaboradores de se adaptar e assumir novos papéis foi citada por 74% dos entrevistados.
A mesma pesquisa mostra que a tendência veio para ficar. Cerca de 41% dos executivos afirmam que a capacitação por meio da requalificação e mobilidade é uma das “ações mais importantes”. Neste artigo, o conceito de gestão de alta performance será aprofundado, bem como as tendências do RH para uma gestão focada em times altamente eficientes.
Gestão de Alta Performance dentro das empresas
O conceito refere-se ao modelo que busca eficiência em todos os sentidos dentro de uma corporação. São estratégias que visam usar os recursos empresariais da melhor forma possível, reduzindo desperdícios e aumentando a produtividade. Tudo isso com base no planejamento de metas, que vai guiar a eficiência da organização e verificar os riscos. Ter uma gestão de alta performance dentro das empresas significa:
- Melhora na produtividade das equipes;
- Aumento no faturamento;
- Maior competitividade dentro do mercado;
- Melhorias constantes nas rotinas e nos processos.
Como estruturar um RH focado na gestão de alta performance
A preocupação com a gestão de alta performance deve ser de toda a empresa, mas é o RH que serve como principal agente de mudança. Afinal, a transformação na cultura organizacional em prol dos melhores resultados começa com a visão de um departamento de Recursos Humanos mais estratégico. Confira quais ações são recomendadas para este cenário:
1. Digitalização dos processos
Não há como ter uma gestão de alta performance com processos manuais. Para o gerente de RH focar no desenvolvimento dos times, ele precisa de tempo livre para analisar dados e elaborar estratégias. Isso só é possível graças à digitalização do setor..
Um levantamento da Kenoby mostrou que apenas 19% dos profissionais de RH acreditam que a área é tecnológica. Além disso, 39% das companhias ainda avaliam o investimento em tecnologias de gestão de pessoas. Na visão de 59,5% dos entrevistados, o setor de pessoas é “mais ou menos” tecnológico ou automatizado; e apenas 37,5% das companhias vêm a implantação de novas tecnologias como prioridade.
Fazer a digitalização de processos exige mapear processos para saber quais são os pontos de melhoria. Uma dica é conversar com todas as áreas para que elas levem sugestões sobre o que pode ser automatizado.
2. Construção de habilidades e competências
A construção de habilidades e competências críticas será a prioridade de 60% dos líderes de RH em todo o mundo. Os dados da Gartner reforçam uma tendência já vista: o foco nas soft skills, ou habilidades interpessoais, dentro do ambiente de trabalho.
Aspectos como criatividade, pensamento crítico e controle emocional são tão importantes quanto conhecimento técnico. O Global Trends Report do Linkedin aponta que 80% dos gestores mundiais de Recrutamento e Seleção acreditam que as habilidades sociais são cada vez mais cruciais para o sucesso da empresa.
Para ter uma gestão de alta performance, o gerente de RH precisa, junto a outros líderes, identificar a situação atual dos colaboradores. Com os dados em mãos, é preciso traçar um plano de atuação com métricas para avaliar o andamento do processo.
3. Investimento em programas treinamento
Entregar melhores resultados com menos esforço também requer técnica e conhecimento aprofundado. Ou seja: é preciso investir em programas de treinamento. No entanto, essa é uma realidade longe das empresas brasileiras, já que 50% não realiza programas de capacitação de funcionários.
Lembre-se que o capital humano é o ativo mais importante das organizações e deve ser potencializado ao máximo. Ter um plano de treinamento pronto ajuda nesse processo, que traz benefícios para a empresa:
- Aumento no engajamento;
- Retenção de talentos;
- Estímulo da criatividade e inovação.
Gestão de alta performance e Google: Um case de sucesso
Muito se discute sobre os fatores que fazem um time ser de alta performance. Não há uma resposta certa, pois esse assunto é recente. Entretanto, algumas das grandes empresas já investem recursos analisando essas características.
É o caso do projeto Aristóteles, conduzido dentro do Google. Foram analisados 180 times de engenharia e de vendas, com uma mistura de indicadores de alta e de baixa performance. Ao final das análises, os pesquisadores determinaram que o segredo não está nos componentes da equipe, e sim como eles trabalham em conjunto.
Em entrevista exclusiva para a Exame, Adam Leonard, que trabalha com desenvolvimento de lideranças no Google School for Leaders, também reforçou a segurança psicológica. Para ele, os colaboradores precisam se sentir seguros para assumir riscos e discordar — e esse foi o principal fator em comum entre as equipes de melhor performance no Google.
Essa percepção já está sendo compartilhada por outras empresas. Segundo levantamento da Gupy, plataforma de recrutamento online, 54% dos profissionais de RH acreditam que a segurança psicológica será um dos principais indicadores da área. Também foram citadas métricas de sustentabilidade, diversão e inclusão.
Gestão de alta performance impacta a todos
O assunto sobre gestão de alta performance não deve ficar restrito apenas na liderança. Esse é um tema que impacta toda a empresa, pois são os colaboradores que precisam ser motivados a entregar o melhor resultado. Isso só é possível com habilidades interpessoais, conhecimento técnico e estímulo da digitalização dos processos.
Também há um aspecto emocional, como mostrou o projeto do Google. Uma equipe de alta entrega não pode ter medo de discordar entre si, pois é esse ambiente de troca de ideias que estimula a criatividade. Assim, a segurança psicológica também tem um papel importante na gestão de alta performance e deve ganhar maior destaque nos próximos anos.
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