Motivação do trabalho em equipe é a habilidade mais valorizada na América Latina
Nos últimos anos, as chamadas soft skills ganharam muita popularidade. Também conhecidas como habilidades interpessoais, são as capacidades não técnicas relacionadas ao método individual de trabalho. Entre elas estão a criatividade, o controle emocional, o pensamento crítico e o gerenciamento de tempo. Segundo a Forbes, tais aspectos deixaram de ser desejáveis para se tornarem essenciais no ambiente de trabalho.
Essa linha de pensamento foi confirmada pela Global Trends Report do Linkedin. O levantamento mostrou que, dentre os 5 mil gestores em todo o mundo de Recrutamento e Seleção entrevistados, 92% acreditam que as soft skills são tão igualmente importantes quanto as hard skills, senão mais significativas. Enquanto isso, 80% deles pensam que as habilidades sociais são cada vez mais essenciais para o sucesso de uma empresa.Dentre essas habilidades, não há como deixar de fora a motivação do trabalho em equipe. Afinal, essa competência foi a mais citada (47,5%) em um levantamento do PageGroup, que conversou com os líderes de grandes empresas da América Latina.
Neste artigo, será demonstrado como incentivar essa competência e trazer mais resultados para a empresa.
Saber se comunicar e trabalhar em equipe não beneficia apenas os colaboradores. Os gestores precisam incentivar essa capacidade, com o objetivo de minimizar prejuízos. Falhas de comunicação são apresentadas como um problema de 64% das empresas brasileiras, o que pode gerar um custo de até US$ 62,4 milhões todos os anos.
Os dados vêm do Project Management Institute (PMI), que apresenta ainda outros relevantes sobre a motivação do trabalho em equipe. Os custos de uma comunicação ineficiente vão além do financeiro: ela desmotiva o colaborador e aumenta o turnover. Além disso, como bem aponta uma pesquisa da Spikes Cavell, 57% dos fracassos dos projetos mundiais na área de TI foram por causa de má comunicação entre as partes interessadas, motivo número um da lista dos motivos para tais fracassos.
Tudo isso gera impactos na saúde financeira da empresa. O turnover, por exemplo, representa de 16% a 216% do salário do colaborador (entre indenizações e treinamento de novas pessoas). Já o fracasso de projetos leva ao retrabalho, o que significa mais horas dedicadas a um assunto que poderia já estar pronto.
Falar sobre motivação do trabalho em equipe é crucial para o engajamento dos times. E esse é um assunto delicado, pois 85% dos funcionários no mundo todo ou não estão engajados ou estão ativamente desengajados em seus trabalhos. Os dados do Panorama Engajamento Brasil mostram que a realidade em nosso país é ainda mais frágil: 39% das empresas nem sequer mensuraram o indicador.
É necessário lembrar que engajamento significa mais produtividade e resultados financeiros. Colaboradores felizes são 12% mais produtivos que os demais, envolvem-se mais com o dia a dia da empresa e aceitam maiores desafios. Já cenários negativos fazem com que haja uma queda na produção e no rendimento profissional. A falha de comunicação e a falta de motivação do trabalho em equipe podem contribuir para resultados abaixo do esperado.
Por outro lado, há um fator financeiro. Uma pesquisa desenvolvida pela empresa de softwares Front mostrou que o alto desempenho está diretamente ligado a intimidade, amizade e confiança entre os colegas. O pesquisador e chefe do estudo, Ron Friedman, ressalta que a criação de um local de trabalho de alto desempenho exige a motivação do trabalho em equipe. Além disso, é necessária “a criação de oportunidades para o desenvolvimento de relacionamentos genuínos e autênticos”.
Com essas informações em mente, os gestores precisam desenvolver estratégias para a promoção do trabalho em equipe. A seguir, separamos três dicas que podem entrar neste plano:
As pessoas são o capital intelectual de uma organização. Mesmo assim, nem todo empreendimento dá a devida atenção para esse ativo tão importante, como mostra o ranking da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Brasil está em 9º lugar no fator de competitividade ligado ao trabalho, o que indica muito trabalho a ser feito.
Ter processos de gestão de pessoas é fundamental para a motivação do trabalho em equipe. Uma pesquisa de Harvard mostrou um crescimento de 756% ao longo de 11 anos em empresas que investiram na cultura da gestão de pessoas focadas no engajamento, na retenção e na rentabilidade. As que não o fizeram, cresceram apenas 1% neste mesmo período.
Para melhorar a gestão estratégica de funcionários, é importante a:
A motivação do trabalho em equipe não acontece apenas entre os pares. Os líderes também precisam se envolver, pois os colaboradores precisam se sentir ouvidos. Manter esse canal de comunicação aberto serve para identificar pontos de melhoria e traçar planos de ação.
Afinal, os colaboradores vivem todos os dias a realidade da empresa, e podem trazer informações valiosas sobre como melhorar processos. Isso impacta a relação entre funcionário e organização, pois, quanto maior o número de feedbacks dados, melhor é a relação de confiança.
Os instantes de “pausa para o café” podem ser estimulados para melhorar a integração. Além de aumentar a produtividade no ambiente profissional, o momento leva as pessoas a conversarem.
Uma forma de estimular isso é oferecendo lanches em determinado horário ou pequenas pausas especiais. Por exemplo, aniversariantes do mês ou happy hour dentro da empresa. Como bem apontou Ron Friedman, os gestores precisam promover o desenvolvimento de relacionamentos genuínos e autênticos.
Cada vez mais, os colaboradores precisam desenvolver habilidades interpessoais para garantir um lugar dentro da corporação e crescer em suas carreiras. No entanto, não é dever apenas da pessoa buscar essa melhoria. As empresas devem promover o bom gerenciamento de tempo, a motivação do trabalho em equipe e outras soft skills.
Afinal, é dentro do ambiente corporativo que muitas dessas competências são testadas. Caso o resultado seja negativo, há prejuízos tanto na produtividade quanto na saúde financeira. Logo, se faz necessário ter planos para contornar esse problema. Do contrário, predominarão a falha de comunicação e a desmotivação.
Cabe aos líderes e ao RH criarem ações estimulando feedback entre as equipes, além de momentos de lazer. Isso gera maior sintonia entre as pessoas, fortalecendo a confiança e o senso de pertencimento.
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